Marte está saindo de uma longa era glacial, aponta pesquisa

Marte está saindo de um longo período glacial, segundo medições feitas em suas camadas de gelo polar. Com isso, pode ser possível determinar quando o planeta vermelho foi habitável.

O estudo foi publicado nesta quinta-feira (26) na revista “Science”. Os pesquisadores, entre eles Isaac Smith, do Southwest Research Institute (Instituto de Pesquisa Southwest), em Boulder (Colorado), nos Estados Unidos, analisaram os dados e determinaram que o planeta está saindo da era do gelo há cerca de 370 mil anos.

Essa descoberta é baseada em observações feitas pelo radar da Nasa (agência espacial americana) localizado a bordo do satélite Mars Reconnaissance Orbiter, que mapeou a superfície marciana. A pesquisa permite uma melhor compreensão das variações do clima em Marte e suas diferenças em relação à evolução do clima da Terra.

Tal como na Terra, Marte também tem ciclos estacionários, embora esses sejam mais longos e afetem a distribuição de gelo. As estações também poderiam ser mais acentuadas no planeta vermelho, porque o eixo de rotação de Marte varia até 60 graus, por períodos que vão desde centenas de milhares a milhões de anos.

Em comparação com o eixo sobre o qual gira a Terra, o de Marte não varia mais do que dois graus nos mesmos períodos. Essa grande variedade de seu eixo de rotação determina a quantidade de luz solar que atinge várias latitudes sobre a superfície do planeta e determina a estabilidade do gelo. O superaquecimento, em latitudes médias, faz com que o gelo se acumule nos polos.

Graças a medições da espessura da calota polar, os pesquisadores estimaram que, desde o fim da última era glacial, cerca de 370 mil anos atrás, houve acumulo de cerca de 87 mil quilômetros cúbicos de gelo, principalmente no Polo Norte. Esse volume é equivalente a uma espessura de 60 cm, se a quantidade de gelo é distribuída uniformemente sobre toda a superfície do planeta.

Os resultados dessa pesquisa vai permitir o desenvolvimento de novos modelos climáticos tendo em conta o movimento do gelo entre os polos e as latitudes médias durante os ciclos climáticos. “O estudo glacial de Marte é importante para a exploração humana do planeta no futuro, como a água será essencial para estabelecer um conjunto de avançados habitável”, disse o professor Isaac Smith.

A Nasa deve realizar uma primeira missão tripulada ao planeta vermelho no início da década, em 2030.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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