A Hipótese Gaia

Hipótese Gaia Hipótese científica elaborada pelo químico inglês James Lovelock, em 1972, formulando a teoria de que a Terra é um organismo vivo, integrado e interativo.

Planeta Terra_02O planeta Terra está vivo e pode regular a sua geologia, o seu clima e os seres que o habitam. Esta é a essência da Hipótese Gaia, exposta pela primeira vez há quase vinte anos pelo biólogo inglês James Lovelock. Parece estranho à primeira vista que uma bola de rocha fundida, flutuando em algum ponto da Via Láctea, esteja viva e dotada de um mecanismo auto-regulador. Mas Lovelock, um estudioso de várias disciplinas que já foi consultor da NASA, compara o planeta a uma árvore gigante, com 99% de madeira morta, e apenas uma fina película de tecido vivo sobre a superfície.

Gaia é uma palavra de origem grega que alguns traduzem como “Deusa Terra” e outros como “Mãe Terra”. Não importa. Não pode é ser confundida como sinônimo de biosfera (parte da Terra, incluindo a atmosfera, onde existem os organismos vivos) ou biota (conjunto de todos os organismos vivos). O fato é que Gaia acabou sendo teorizada como uma entidade viva que é maior do que a soma de todas as coisas vivas e não vivas do planeta Terra. Ou seja: a Hipótese Gaia descreve o planeta Terra como um “superorganismo” capaz de se auto-regular, tal qual uma entidade viva fazendo uso pleno dos seus direitos, com capacidade de realizar ajustes e até mesmo otimizar as condições necessárias para manter vida na Terra, passando pelos mecanismos naturais que regulam desde o clima até a biodiversidade.

A vida na Terra está sujeita a um conjunto de forças de natureza não biológica. Tomem-se, como exemplo, as explosões vulcânicas, os terremotos, as grandes tempestades e, atualmente, a ameaça das possíveis mudanças climáticas causadas pelo aumento do efeito estufa, para que isto se torne evidente. Porém, pela Hipótese Gaia, é a “vida” que controla as forças físicas em seu próprio benefício. E entram nesse conjunto a composição da atmosfera e a temperatura global. Ou seja, durante bilhões de anos tem sido Gaia que tem controlado a temperatura, a composição química, a capacidade de oxidação e a acidez do ambiente terrestre. Para isso, tem usado um sistema geofisiológico – semelhante ao fisiológico dos humanos -, que, valendo-se de uma espécie de “termostato”, manteria a temperatura e a composição da atmosfera, via um conjunto de mecanismos de retroalimentação envolvendo os organismos vivos, em níveis favoráveis que favoreçam a vida de forma genérica.

A partir da análise do comportamento sistémico de nosso planeta, evidencia-se a possibilidade da Terra de manter sua temperatura global razoavelmente constante no decorrer do tempo a pesar de um tremendo fornecimento de energia de seu sol e de contar com uma grande energia no interior do globo, graças aos mecanismos cibernéticos de fluxo, conversão de energia e retro-alimentação, nos quais todos os seres viventes participam e os micro-organismos e as plantas desenvolvem um papel muito importante, muitas vezes negado.

No último livro de James Lovelock (GAIA. Uma ciência para curar o planeta, 1992), ele aponta também sintomas de mal funcionamento do sistema e a necessidade de um processo de remediação para preservar as espécies ameaçadas de extinção entre as quais pode-se incluir a humana.

 

Fonte: CNPT-EMPRAPA; FEA-UNICAMP; SUPER ABRIL CIÊNCIAS.

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