Qual é o tamanho do Universo?

Assim como em muitas questões da ciência, dizer qual é o tamanho do universo não é uma tarefa simples, já que, até agora, não sabemos ao certo se há algo além do que nossos telescópios mais potentes já puderam registrar.

Seria o Universo plano e infinito? Os cientistas acreditam que sim
Seria o Universo plano e infinito? Os cientistas acreditam que sim

“Nossa cosmologia atual ainda não conseguiu responder qual é o tamanho total do Universo. Além disso, ele pode ter um tamanho possível de ser medido, mas também pode ser infinito”, conta Leandro Guedes, astrônomo do planetário do Rio de Janeiro.

Por isso, os cientistas adotam o conceito de “universo observável” para tentar medir pelo menos o que conseguimos enxergar ou calcular. Como as distâncias no espaço são exorbitantes (na casa dos trilhões de quilômetros), os cientistas usam o ano-luz para determiná-las –um ano-luz corresponde ao tempo que a luz de um determinado objeto levou para chegar até aqui percorrendo uma distância de 9,5 trilhões de quilômetros por ano.

O universo observável, então, é a parte que contém todas as coisas que podem ser observadas da Terra porque a luz desses elementos chegou até nós. Isso inclui imagens de satélites, telescópios e do olho nu.

O marco zero dessa contagem, chamado de Big Bang pela cosmologia, teria acontecido a cerca de 13,8 bilhões de anos.

Seria fácil concluir, portanto, que qualquer objeto observável hoje da Terra estaria, no máximo, a um raio de distância de 13,8 bilhões de anos-luz daqui e que, consequentemente, o diâmetro do universo observável seria algo em torno de 27,6 bilhões de anos-luz. Correto? A resposta é: não.

Cadê a fronteira que estava aqui?

O problema é que o Universo está em constante expansão. Uma estrela que ficava a 13,8 bilhões de anos-luz da Terra na época do Big Bang, hoje está a 46 bilhões de anos-luz.

Por conta dessa expansão, os cientistas acreditam que o diâmetro do universo observável é, na verdade, de 93 bilhões de anos-luz, aproximadamente.

“No final da década de 1990, foi observado que a velocidade dessa expansão tem aumentado com o tempo, ou seja, o Universo está aumentando de tamanho aceleradamente”, diz Guedes.

Segundo o astrônomo, é como se algo estivesse dando energia ao Universo, ou como se o Universo tivesse um combustível que está acelerando sua expansão. “Essa energia estranha é chamada de energia escura, e determinar sua origem é um dos maiores desafios da cosmologia moderna”, explica.

Para ficar mais fácil de entender, imagine que você está em um navio no meio do oceano com um binóculo na mão. Tudo o que você consegue ver apontando o binóculo para todas as direções, corresponderia ao universo observável. O navio, é claro, seria a Terra.

A questão é que não sabemos se existe, com certeza, algo além do que nosso binóculo consegue observar.

Além disso, existem discussões sobre qual é o formato do Universo. A ideia mais aceita é a de que ele é plano e infinito, portanto, sem “fronteiras”.

E por ser infinito, não teria um centro.

No entanto, quando falamos do Universo observável, usamos a Terra como referência central.

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