A origem das coisas sempre foi uma preocupação central da humanidade, a origem das pedras, dos animais, das plantas, dos planetas, das estrelas e de nós mesmos. Mas a origem mais fundamental de todas parece ser a origem do universo como um todo, sem esse, nenhum dos seres e objetos citados, nem nós mesmos poderíamos existir. Talvez por essa razão, a existência do universo como um todo, sua natureza e origem foram assuntos de explicações em quase todas as civilizações e culturas. A teoria do Big Bang Na década de 1920, o astrônomo americano Edwin Hubble procurou estabelecer uma relação entre a distância de uma galáxia e a velocidade com que ela se aproxima e se afasta de nós. A velocidade da galáxia se mede com relativa facilidade, mas a distância requer uma série de trabalhos encadeados e, por isso, é relativamente impreciso. Após muito trabalho, ele descobriu uma correlação entre a distância e a velocidade das galáxias que ele estava estudando. Quanto maior a distância, com mais velocidade ela se afasta de nós. É a chamada Lei de Hubble. Portanto, as galáxias próximas se afastam lentamente e as galáxias distantes se afastam rapidamente. Essa Lei mostra que nosso universo está em expansão. Isto é, no futuro ele será maior, e no passado foi menor, até que poderíamos imaginar a bexiga tão pequena que se reduziria a um ponto. A esse ponto inicial, a ideia de que o universo surgiu de uma explosão no passado, chamamos de Big Bang. Desde então, ele está em expansão, até hoje, e a Lei de Hubble é a confirmação disso. Há quanto tempo teria acontecido isso? As indicações mais recentes são de que o Big Bang ocorreu há 13,7 bilhões de anos. De fato, trabalhos teóricos do abade belga Georges Lemaitre, 1927, mostraram que a Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein é compatível com a recessão das Nebulae (como eram então chamadas as galáxias) e ele foi o primeiro a propor que o universo teria surgido de uma explosão, de um átomo primordial. Para que direção do espaço devemos olhar para enxergarmos onde essa explosão ocorreu? Se consiferarmos uma bexiga, o Big Bang ocorreu no centro da bexiga, não na superfície. O espaço é a superfície, o interior é o passado, e o exterior é o futuro, o centro, a origem do tempo. Portanto, a explisão não ocorreu no espaço, mas no início do tempo, e o próprio espaço surgiu nessa singularidade temporal. Esse exemplo simples nos mostra como o modelo bidimensional pode nos ilustrar, de forma intuitiva, porém confiável, questões fundamentias de cosmologia, agregar uma terceira dimensão é apenas uma questão de habilidade matemática. No final dos anos de 1940, o astrônomo George Gamow sugeriu que a explosão inicial poderia ter deixado resquícios observáveis até hoje. Ele pensou que um universo tão compacto e quente teria emitido muita luz. Com a expansão, a temperatura característica dessa luz teria abaixado. Segundo cálculos simples, hoje ela talvez pudesse ser observada na radiação de microondas, com uma temperatura de cerca de 5 graus Kelvin. Em 1965, dois engenheiros, Arno Penzias e Robert Wilson, procuravam a origem de um ruído eletromagnético que estava atrapalhando as radiopropagações de interesse para um sistema de telecomunicações. Descobriram que a radiação vinha de todas as direções para as quais apontassem sua antena. Mediram a temperatura dessa radiação, eles encontraram um valor para a temperatura não muito diferente do previsto, de 2,7 graus Kelvin (próximo do zero absoluto). Era a confirmação da teoria do Big Bang, Penzias e Wilson receberam o Prêmio Nobel de Física em 1978. Na ciência, quando se faz uma previsão esécífica baseada em uma teoria, e essa previsão é confirmada, a teoria em questão sai fortalecida. Foi o que aconteceu com o episódio da radiação cósmica de fundo. Ponto para a teoria do Big Bang, que passou a ter supremacia absoluta sobre a teoria rival, a teoria do estado estacionário, segunda qual o universo é o que sempre foi. Mas essa não foi a única confirmação da teoria. O Big Bang também prevê que o elemento hélio se formou nos primeiros três minutos após a explosão, que cerca de um quarto da matéria do universo se formou desse elemento, e três quartos sob forma de hidrogênio. Quando se conseguiu medir essa abundância primordial do hélio, o valor encontrado confirmou com precisão o previsto. Fonte: A origem do universo – João E. Steiner – Scielo Brasil. Postado por Ana Paula Santos.
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